Uma senhora vivia numa pequena chácara e tinha
alguns animais: uma vaca, um porco e uma galinha. E lá também guardava milho na
tulha. E havia um rato que morava lá. Esse rato vivia sossegado até um dia em
que a mulher resolveu colocar uma ratoeira dentro da tulha.
O rato saiu desesperado. Correu até a vaca:

A vaca deu risada:
- Como nós? Você já viu ratoeira pegar vaca? Eu não
tenho nada ver com isso. Isso é problema seu.
E saiu ruminando.
O rato correu até o porco:
- Porco, nós estamos com uma encrenca danada, a mulher
colocou uma ratoeira lá.
Eu estou aqui bem longe, isso não vai me pegar, não.
Ratoeira não pega porco, olha o meu tamanho e olha o seu. O problema é seu.
O rato atônito, correu para a galinha:
- Galinha, nós estamos com um problema muito sério.
- Pelo amor de Deus, eu já estou de com problema por
aqui e você ainda vem me tortura. O máximo que posso fazer é rezar por você.
- Mas tem uma ratoeira lá.
- Mas isso não é comigo, é contigo.
O rato foi embora desanimado. À noite todos dormiram
e, de repente, splaft. A ratoeira desarmou. Todos correram para olhar,
inclusive o rato: era uma cascavel que tinha sido pega na ratoeira.
A mulher levantou-se, foi tirar a cascavel da ratoeira
e tomou uma picada. Foi levada ao hospital à morte. Ficou vinte dias de
recuperação e, na volta, precisava restabelecer a saúde na chácara. Qual a
melhor comida para reforçar a saúde? Canja. Lá se foi a galinha.
Depois de um mês, resolveu dar uma almoço com feijão
tropeiro para os parentes que tinham ajudado e lá se foi o porco. A questão é
que o tratamento tinha ficado caro e aí tiveram de vender a vaca para um
açougue...

Fabula da Coletividade (Apresentada pelo Filósofo Mário Sérgio Cortella no Livro “Qual é a Tua Obra?” págs. 121/122)
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Você não está sozinho no mundo
Cuidado: a ratoeira pode
não te pegar em um primeiro momento, mas seus efeitos podem ser devastadores.
No livro comenta sobre como
geralmente nos consideramos proprietários de uma posição especial (assim como a
vaca, o porco e a galinha) que nos faz ficar cegos e não enxergar o problema
dos outros como um problema também nosso.
Esta falta de coletividade,
companheirismo e certa arrogância é um problema que afeta muitos
relacionamentos.
Em uma relação de trabalho
ou afetiva, devemos sempre dedicar atenção a um problema do próximo, cuidar do
outro.
O mínimo de atenção
dedicada, respeito, conversa e por fim um esforço para reverter o problema do
nosso próximo, além de uma atitude digna e ética, também é proteção a si mesmo.
Lembre-se: Você não é
proprietário de uma posição especial, o cenário pode mudar, a ratoeira pode não
te pegar diretamente, mas os efeitos dela podem te afetar.
"Nós aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes,
mas ainda não aprendemos a conviver como irmãos."
"Nada nos dá legitimidade para supor que sejamos os proprietários da vida que neste planeta está. "
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