Você que já assistiu a uma corrida de Fórmula 1, já parou para pensar no desafio logístico de levar todos os carros, equipamentos e pessoas ao redor do mundo?
Neste post vou mostrar um pouco desse trabalho, e tentar mostrar algumas informaçòes curiosas desse esporte.
Em 2010, com o calendário da F1 apontando 19 corridas, as equipes viajarão por 3 continentes e mais de 160 mil km!
Os equipamentos transportados por via aérea vão em 120 baús e contêineres, contendo mais de 10 mil peças diferentes e 32 toneladas de equipamentos por equipe para as corridas fora da Europa (este ano existem 12 equipes competindo). Boa parte deles usam um avião cargueiro 747 fretado. Algumas peças menos críticas viajam por navios, aproximadamente 10 toneladas de peças. Se algum problema ocorrer, as peças podem ser despachadas da Europa para qualquer circuito do mundo, e serão entregues pela empresa contratada em 24h.
Na sequência de corridas na Europa as equipes levam em torno de 300 toneladas de equipamento, incluindo um completo Centro de Comunicações, sempre pelo modal rodoviário, usando uma frota de até 24 caminhões.
As viagens para fora da Europa são mais complexas (Oriente médio, Ásia e América do Norte), e as equipes limitam-se a aproximadamente 30 toneladas via aviões. Isto requer embalagens extremamente bem pensadas!
O Centro de Comunicação, mesmo nas corridas fora da Europa, precisa ter uma conexão segura com a fábrica, enviando dados de telemetria em tempo real, para que os engenheiros possam ajustar o carro durante a corrida.
As peças essenciais, como os carros, motores e algumas peças de reposição são transportadas em um avião fretado pela companhia que gerencia a Fórmula 1 (FOM), um cargueiro 747. Ela leva as peças para os circuitos a partir de Londres (Inglaterra) ou Munique (Alemanha).
Depois de uma corrida, se houver tempo hábil as peças são levadas de volta para as fábricas das equipes, caso contrário ela voam diretamente para o próximo destino, visto que algumas corridas são feitas em finais de semana consecutivos.
Para dar uma idéia da quantidade de equipamentos, o checklist da equipe Williams tem mais de 80 páginas, incluindo desde os carros, 3mil garrafinhas d’água para equipe e convidados e até guardanapos! Como a maioria das equipes, a Williams leva 3 carros para cada corrida e meia dúzia de motores, caso uma eventualidade aconteça. Cada peça tem um local específico, pois a equipe não pode perder tempo procurando determinada ferramenta. Em uma corrida típica a Williams leva 44 computadores e 100 rádios comunicadores. Só para ligar os computadores em rede são usados meio quilômetro de cabos de dados e 300 km de cabos de força.
No entanto, não apenas de peças e carros são feitas as corridas. Elas são feitas principalmente pelos mecânicos, chefes de equipe e pilotos. Nas corridas européias as equipes contam com mais de 130 pessoas em cada GP, enquanto que nas provas fora da Europa este número é reduzido para aproximadamente 90 pessoas.
Garantir que todos terão seus uniformes é outro desafio. São mais de 200 pessoas que se revezam nessas viagens, e cada uma delas precisa de algum uniforme específico ou diferente.
No início da temporada é prevista a produção de mais de 600 camisetas, todas personalizadas com o nome do dono. Além disso, cada piloto usa em torno de 25 macacões no ano, além das roupas dos patrocinadores para eventos. Mecânicos que trabalham nos pit stops usam em torno de 50 macacões a prova de fogo.
Antes de cada viagem, cada pessoa recebe seu kit, para que a equipe tenha uma identidade visual fixa.
Garantir que todos possam chegar ao destino também é complexo: num ano são mais de 7000 viagens para organizar, comprando passagens aéreas, hotéis e vistos. Nem todos viajam juntos, alguns chegam alguns dias antes dos outros, e é preciso coordenar eficientemente as necessidades de vistos para diferentes nacionalidades.
Quando se viaja tanto, a obteção do visto pode tornar-se um desafio: para a China, por exemplo, o visto deve ser solicitado com antecedência máxima de 2 meses, e é um processo que dura 3 dias. Obter os passaportes de 90 ou 100 pessoas disponíveis por 3 dias sem que ninguém esteja viajando neste período é só mais um desafio logístico enfrentado pelos organizadores.
Após ler estes dados aposto que você não verá a próxima corrida de F1 do mesmo jeito!
ATUALIZAÇÕES COM DADOS DE 2011
(fonte: Jornal Folha de Sao Paulo, edição de 27/mar/11, Caderno de Esportes)
(fonte: Jornal Folha de Sao Paulo, edição de 27/mar/11, Caderno de Esportes)
- 450 litros de leite são levados pelas equipes para cada etapa do Mundial.
- 8.500 xícaras de café são consumidas por corrida.
- 135 funcionários da McLaren viajam para cada corrida européia, enquanto nos GPs fora do continente este número caiu para 95.
Cada piloto usa por temporada:
- - 8 a 10 macacões
- - 6 sapatilhas
- - 6 capacetes
- - 16 pares de luvas
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- 216 carros são alugados por temporada
- 15 mil refeições são feitas por ano nos circuitos, em média, apenas para os membros de cada equipe.
- 3.687 km é a distância que cada piloto deve guiar neste ano entre os hotéis e os circuitos.
- 125 noites em hotéis passan os pilotos, o que equivale a mais de um terço do ano.
- 2.880 bilhetes aéreos são comprados por temporada.
- 1.000 peças sobressalentes são levadas pelas equipes para cada GP.
- 1.800 garrafas de água são consumidas a cada corrida.
- 16o pedidos dce visto em média, são feitos por ano por cada time.
- 29 toneladas de equipamentos em oito contâiners são levados, em média, por cada equipe para cada etapa do campeonato.
- 600 camisetas peersonalizadas e com os nomes de todos os membros da McLaren são produzidas no início da temporada.
- 25 Gigabytes de informação são enviados de cada circuito para a sede das equipes, o que equivale a 35 CDs.
- 4.800 quartos de hotel são usados, em média, por cada equipe a cada ano.
- 146 horas ou pouco mais cde 6 dias ininterruptosa, é quanto viajam, aproximadamente as equipes durante o ano.
- 73.000 quilometros mede o percurso de viagem para as 19 provas, o que equivale aproximadamente a pouco menos de 2 voltas ao mundo.
Jornal Folha de Sao Paulo, edição de 27/mar/11, Caderno de Esportes
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