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"" LOGÍSTICA custa dinheiro. Erros no gerenciamento LOGÍSTICO custam clientes ! ""

"" LOGÍSTICA custa dinheiro. Erros no gerenciamento LOGÍSTICO custam clientes ! ""

Hoje pagamos no Brasil o preço de uma logística ineficiente e ineficaz. Temos um litoral imenso, rios navegáveis mas usamos as rodovias que cortam o Brasil de leste a oeste, de norte a sul. Temos imensas regiões planas e próprias para o uso de ferrovias, mas nossa malha ferroviária utiliza 5 bitolas diferentes, e um trem não consegue sair do sul até o sudeste, pois os trilhos são incompatíveis.

Nossa agricultura não consegue escoar a produção do Centro-Oeste até o litoral de maneira eficiente
Nossa indústria sofre com custos logísticos imensos atrapalhando nossa competitividade internacional.
Nossos aeroportos com tantos atrasos e cancelamentos.
Assim, sem segurança nas estradas e com uma péssima infra-estrutura de transportes, vamos perdendo competitividade e nossas empresas deixam de crescer. Lembrando que ainda temos o desafio de receber uma COPA e uma OLIMPIADAS pela frente.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Logística das conexões

Logística das conexões (1) 
por Carlos Pimentel Mendes *
Todo o pensamento tradicional em Logística, desde seu milenar surgimento, foi dominado pelo objetivo de mover algo de uma origem até um destino. Neste século XXI, porém, há um novo conceito em alta, em que o foco é no ponto de conexão. Então, da mesma forma como na Internet às vezes conversamos com o vizinho através de um tráfego de dados intercontinental, os modernos sistemas logísticos podem fazer com que a melhor opção não seja, na prática, apenas calcular a menor distância entre dois pontos.
É simples entender isso: imagine duas cidades, com uma escarpada montanha entre elas. Então, para ir de uma à outra, mais fácil dar a volta do que tentar atravessar a montanha. Nos transportes internacionais, a montanha é representada pela falta de conexões diretas confiáveis, pela existência de barreiras alfandegárias ou políticas dificultando o caminho direto, ou simplesmente porque as conexões diretas são muito caras e/ou pouco confiáveis, em comparação com o custo global de se operar com um centro de distribuição mundial, para onde vai toda a carga para ser facilmente reencaminhada aos diferentes destinos.
É com esse conceito que Dubai trabalha: quer ser muito mais que um aeroporto, mas uma "Aerotrópolis" – termo cunhado pelo escritor acadêmico John D. Kasarda para o título de seu livro "Aerotropolis: The Way We’ll Live Next". Em texto publicado pelaIHT Creative Solutions no caderno The New York Times/Folha de São Paulo, em 10 de outubro, Dubai reivindica a condição de mega-centro mundial de concentração e redistribuição de cargas e passageiros, por estar a menos de 8 horas de distância por avião de dois terços da população mundial (e menos de 4 horas distante de um terço).
No passado recente, dizia-se que a América do Sul estava fora das rotas internacionais do comércio marítimo, e eu argumentava que sempre era possível "torcer" tais rotas para incluírem portos brasileiros, se o País quisesse realmente se tornar uma potência comercial em vez de apenas esperar que os compradores viessem. Dubai prova minha teoria: um emirado sem petróleo, com 4.114 km² de areia às margens do Golfo Pérsico, "torceu" tanto as modernas rotas mundiais de transporte e comércio que conseguiu se tornar praticamente o centro delas.
Assista tambémMegaestruturas Dubai - um audacioso projeto de engenharia

Logística das conexões (2) 


Heródoto, o grego alcunhado de "pai da História", documentou que por volta de cinco mil anos atrás Dubai já se destacava no comércio mundial de pérolas. 2.500 anos atrás, os mensageiros de Dario, O Grande, contavam com postos de troca ao longo do caminho de Persépolis a Izmir, obtendo incrível velocidade no encaminhamento das mensagens graças à perfeita logística do serviço. Trezentos anos depois, Dubai seria ponto de passagem da famosa "Rota da Seda".
Hoje, com o porto Jebel Ali (sexto maior do mundo), a Zona Livre Jebel Ali (reunindo mais de 6.400 empresas), o aeroporto internacional Al Maktoum (em duplicação, para receber 120 milhões de passageiros/ano, ao mesmo tempo se tornando o maior centro mundial de carga aérea), o Dubai World Central junta o segmento logístico aos de centro de negócios e de complexo de inovação tecnológica, reivindicando o título de Cidade Logística de Dubai. Mais que isso, quer ser também um centro de criação e conexões, tornando-se em breve talvez o centro da logística mundial e um novo "Vale do Silício".
O peso de todos esses investimentos na logística mundial já é medido por novos indicadores estatísticos, divulgados pela Oxford Economics, do Reino Unido. Segundo a instituição, inúmeros países estão tendo benefícios com a integração aérea via Dubai: a Índia obtém uns US$ 612 milhões em benefícios; a China, US$ 1,4 bilhão; o Reino Unido, uns US$ 812 milhões; os EUA, US$ 758 milhões. Até mesmo o Brasil se beneficia com US$ 260 milhões.
Dinheiro atrai dinheiro, e a Cidade Logística de Dubai não é diferente. Que o diga a Kuehne+Nagel, que em 2010 transferiu para lá o seu escritório para o Oriente Médio, antes sediado em Istambul. Ou o Departamento de Desenvolvimento Econômico de Dubai, que em julho percebeu que este centro de negócios, gerando US$ 11,7 bilhões e criando 125 mil empregos locais, representou 14% do PIB do emirado. Ou os atuais 50 milhões de passageiros/ano que por ali passam – 75 milhões previstos para 2015, superando o aeroporto londrino de Heathrow e se tornando o de maior tráfego de passageiros do mundo.
Ou ainda a China, que há seis anos tinha apenas 18 empresas registradas no emirado, e hoje tem mais de 2.000 ali funcionando - sem falar nos 200 mil cidadãos chineses que ali moram (mais que toda a população do emirado em 1975).

fonte:por Carlos Pimentel Mendes *
* Carlos Pimentel Mendes é jornalista e edita o site Novo Milênio (www.novomilenio.inf.br) 
pimentel@pimentel.jor.br



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