Para o novo presidente da empresa americana de aviação executiva Gulfstream, a falta de investimento em infraestrutura aeroportuária representa um risco para a imagem do país na Copa e na Olimpíada
Por Soraia Yoshida
A proximidade da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016 representa um sério risco para o Brasil. A falta de infraestrutura aeroportuária pode causar situações “extremamente embaraçosas” para a imagem do país como economia forte e digna de investimentos. “Imagine a quantidade de jatos corporativos pertencentes a empresários e patrocinadores que vão chegar ao Brasil para a Copa. Será um vexame se não houver condições nos aeroportos para alojar esses aviões”, diz Larry R. Flynn, novo presidente da empresa americana de aviação executiva Gulfstream.
“O Brasil é um bom mercado e continuará a ser no futuro, mas o governo precisa resolver essa questão dos aeroportos”, afirma Flynn. Segundo ele, é uma questão apenas de escolher os melhores pontos e construir os aeroportos. Pela experiência dos Estados Unidos, país que possui a maior frota de jatos no mundo, foi uma questão de construir aeroportos “no meio do nada” para que outros negócios se seguissem ao movimento. “É simples: construa (o aeroporto) que (os negócios) eles virão”, diz Flynn, citando uma frase do filme “Campo dos Sonhos”. “Você pode colocar um aeroporto no meio do nada que os negócios começam a surgir e com eles os empregos e depois as cidades”.
O executivo vai mais longe. “Nós queremos construir nossos hangares, mas precisamos de aeroportos”, diz. Flynn acredita que quanto antes se resolver a questão, maiores são as chances do país evitar problemas durante a Copa e a Olimpíada, momento em que os olhos do mundo estarão sobre o Brasil. “É preciso materializar essa visão agora”.
A Gulfstream, que atua no Brasil em parceria com a Jet Aviation, possui um centro de serviços em Sorocaba, no interior de São Paulo. A empresa possui uma frota de 35 aeronaves no Brasil, com destaque para aviões capazes de fazer viagens transcontinentais, sem paradas. Embora não apresente ainda a demanda da China em termos de aviação executiva, o Brasil faz parte dos mercados estratégicos da companhia. A estabilidade econômica brasileira colocou o país entre as operações que podem crescer rapidamente no médio prazo. Para garantir essa expansão, a Gulfstream vai lançar no ano que vem o G280, que terá alcance máximo de 6,3 mil km, e o G650, o maior modelo da linha que voará até quase 13 mil km sem paradas. Também para garantir que seus clientes no Brasil tenham a melhor assistência, a companhia conta com US$ 1,2 bilhão em partes em todo o mundo. Sempre que um avião apresenta um problema, a parte sai do centro mais próximo para entrega onde quer que o avião do cliente esteja.
Larry Flynn, que tomará posse do cargo de presidente apenas em setembro, vem visitando o Brasil periodicamente. Em 2008, ele ficou bem impressionado com as perspectivas de crescimento. Mais ainda quando a crise financeira se alastrou pelo mundo, afetando seriamente Estados Unidos e Europa. “Enquanto todos sofriam as conseqüências, veja o que aconteceu com o Brasil. Praticamente saiu ileso, com a economia crescendo ainda. O país estava protegido contra as armadilhas do mercado e seguiu seu curso”, diz. Mesmo durante o trimestre em que oficialmente o país entrou em recessão, Flynn continuou otimista em relação ao Brasil. “Se eu achava que o Brasil se sairia bem da crise? Claro, eu tinha certeza”, afirma. “Da mesma maneira que o mercado continuará sendo muito bom para aviação”.
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