O avanço dos nossos atacadistas até Mato Grosso, por meio dos destemidos motoristas, que representou, ao mesmo tempo, uma afirmação e alargamento dos negócios com o noroeste goiano, permitiu que, nos fins da década de 30 e início da de 40, se fosse organizando um contexto atacadista mais agressivo e mais técnico.
Surgem “casas” como a Capparelli, Viúva João Calixto, Colombo Vilela, M. Serralha, Irmãos Mendes, Oscar Miranda. Por iniciativa de Francisco Capparelli, o sistema de pagamento começa a mudar. Das velhas contas correntes, o pagamento passa a ser feito na volta do motorista, ou seja, por meio do motorista.
Geraldo Migliorini une-se a Boulanger Fonseca e iniciam o atacado de medicamentos em substituição a Alexandre Campos, de Uberaba, que possuía filial aqui. Os depósitos de medicamentos alcançam grande concentração na década de 50 superando a casa dos 30 estabelecimentos. Problemas fiscais no início da década seguinte afastam todos para Goiânia. Em 1949, instalam-se os primeiros depósitos de derivados do petróleo.
Na década de 50, os viajantes começam a substituir os motoristas na tomada de pedidos e isso também substitui a forma de “pagamento na volta” pelos faturamentos por prazo certo. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento das empresas permite a criação das frotas próprias o que, a par de enfraquecer as organizações classistas dos motoristas, estabelece um sistema mais eficaz de atendimento à clientela: a pronta entrega. Esse novo sistema viria criar maior confiança nos industriais paulistas que afastariam definitivamente seus viajantes da área que ficava livre para os nossos atacadistas.
Na segunda metade da década de 50, a construção de Brasília arrasta o nosso atacado para aquela área e, por extensão, para o norte goiano. A primeira empresa a enfrentar a solidão daqueles nortes é M. Serralha. Depois, o Capparelli chega ao Maranhão.
Em 1953, é fundada Borges & Martins (Alair Martins, seu pai Jerônimo e seus irmãos) destinada a ser um dos maiores atacadistas da cidade. Em 1958 instala-se a filial de Tecidos Tita. Em 1960, José Alves monta a Casas Alô Brasil, Osório Peixoto lança as bases do futuro Armazém Peixoto em 1961 etc...
A partir da década de 70, Uberlândia se transforma no maior centro atacadista distribuidor do interior do país, chegando à década de 80 com uma cobertura de 80% do território nacional.
Distribuiu-se, daqui, quase tudo:
Secos e Molhados
Distribuiu-se, daqui, quase tudo:
Secos e Molhados
- Alô Brasil
- Armazéns Martins
- Casas Uberlândia
- Armazém do Comércio (ARCOM)
- Armazém Peixoto
- Irmãos Jorge
- Irmãos Guedes
- União
- Urso Branco
- Armazém do Ponto
- Dom Bosco (*)
- Tecidos Tita
- Ragueb Chofih
- Irmãos Spirandelli
- Reis& Costa
- Osvaldo Oliveira
- Comercial Silveira
- Casa das Linhas
- União
- Casa Cristiane
- Irmãos Garcia
- Real Moto Peças
- Geraldo Migliorini
- Distribuidora Mineira
- Mercantil Centro Oeste
- Farbrasil
- Distribuidora Silveira
- Esso
- Texaco
- Ypiranga
- Petrobras
- Shell
- Atlantic
- São Paulo
- Irmãos Spini
- Ipabrac
- Soaço
- Cofermat
- Triângulo
- Agroenge
- Metalúrgica Nacional
- Ipê
- Irati
- Imperial
- Mamoré
- José Alves
- Triângulo
- União
- Irmãos Kehdi
- Nova Esperança
- Bádue
- Cevada
- Disbram
- Skol
- Inglesinha
Isso, tirando a distribuição feita pelas próprias indústrias e algum lamentável esquecimento.(*)
Fonte: http://www.correiodeuberlandia.com.br/? tp=coluna&post=17687&uid=55
Na qualidade de neto de Aziz Badue eu agradeço a lembrança. O meu tio Antonio era irmão do meu avô e lançou as bases do que Ituiutaba é hoje.
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